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Sunday, October 09, 2011

Stevie Maravilha


Por: Nei Bahia

Vou começar logo com uma confissão: não fui ao Rock in Rio, fui pro show de Stevie Wonder! Antes teve Joss Stone sensacional, mais eu peguei avião, ônibus, van e o que mais precisasse pra ver o ele, que pra muitos, e eu me incluo no grupo, o maior artista vivo da música pop ( ...sorry Paul..) ou como disse meu amigo “The Flash” quando eu falei que iria: “ ...na liga que Stevie Wonder joga, ele bate escanteio e corre pra cabecear, porque não tem ninguém pra jogar com ele, nem de brincadeira....”. Quem vi o show pela TV confirmou, viu como é fácil pra ele fazer aquilo que deixa nós mortais de queixo caído. Ele não tocou todas as jóias, até porque não dava pra ficar lá até depois do sol raiar, mais teve “Sir Duke”, “Higher ground”, “ Another star” , “You are the sunshine of my life”, "Do I do", "Don't you worry about a thing", "I just called to say I love you", “My cherie amour” e “Isn't she lovely”, e pelo menos uma surpresa; um cover de Michael Jackson, "The way you make me feel", melhor que a original com certeza. Surpresa também foi  o chamado do próprio Stevie pra Janelle Monáe fazer a parte final do show junto dele, com direito a “Superstition” e tudo. Ela segurou bem demais, mais o sorriso de orelha a orelha mostrava que ela se sentia no céu. Teve também a parte brasileira , com “Garota de Ipanema” em versão bilíngüe e um improviso de “Você abusou”  que eu já tinha visto em uma entrevista a muitos anos Stevie cantando, ele parece adorar a música não é de hoje. A banda é um capitulo a parte; 2 guitarristas com groove acima da média, os backings perfeitos e mesmo com 2 tecladistas nunca “sobrou” nada, os arranjos fizeram o que deviam fazer. Um suma, noite nota 10!

Em tempo; se quer saber que parte do show eu chorei, melhor perguntar que parte eu não chorei!!

Wednesday, October 05, 2011

Soul in Rio Pt 1


Por Nei Bahia

Pra começo  de conversa: um festival do tamanho do Rock in Rio não pode dar ouvidos a puristas na formação do set, se não as contas não fecham. Falo logo isso até pra perguntar uma coisa ; Stevie Wonder também não é Rock, mais ninguém se atreve a dizer que ele está no lugar errado? Tem coisas estranhas lá , mas é muito melhor estranhezas e incoerências que acontecem do que perfeições que não passam de devaneios. Os anos me ensinaram muito bem isso.
Joss Stone não é uma cantora, é um sonho de consumo; linda, simpática, carismática, tem um sorriso encantador e canta como isso fosse a coisa mais fácil do mundo. A estranheza, uma das várias do festival, o fato de estar no palco secundário ( batizado "Palco Sunset") no fim da contas acabou sendo uma vantagem para quem admira a ruivinha com voz de negona. O show correspondente ao novo "LP1" parece ainda estar em gestação, então as musicas foram sendo colocadas no set de uma forma natural, o que deu ao show um ar de jam de fim de tarde. A competência da banda ajudou demais e Joss teve clima até pra reclamar do cabelo (....COMO?) e tomar chá enquanto decidia as músicas a cantar e reger a platéia, com uma profusão de gatinhas da fina flor da sociedade carioca balançando na Soul music, isso mostra que nem tudo está perdido. O show acabou sendo curto pois o palco principal já estava pronto para a primeira atração da noite, uma celebração necrófila que eu vou fazer de conta que não existiu.

Sendo assim, parti pra sentir o terreno. A área do festival não se distingue do que se vê e ouve falar nos festivais, sempre lanchonetes para muitos gostos ( pra mim ainda falta uma franquia nacional de abará e acarajé) , mais quem não tem cão caça com churrasco de gato. Pelo menos o chope estava  gelado, pois vinha de um caminhão especial, semelhante ao que foi sensação no RIR 1985 ( sim, estive aqui antes....), e a tal Rockstreet, uma réplica da Bourbon street de Nova Orleans, onde em um coreto se apresentava uma banda de Soul-funk que roda a cena local de clubes e bares da lapa e afins, liderada por um cantor e guitarrista e uma cantora de nacionalidade americana. Quem queria dançar tava se lavando, e até "I feel for You" de Chaka Khan apareceu, canção que poucas cantoras tentam pois o tom é altíssimo. Além disso, um espaço reservado à musica eletrônica funcionando até depois do fim do shows, era o local reservado para quem passou do ponto na aplicação e precisará de um local onde liberar energia até um pouco mais tarde.

Partindo finalmente para o palco principal, começa o show de Janele Monae, que Cebola já tinha me avisado; " è quente, pode ir sem medo”. Pois, como sempre a dica era quente e foi o show mais "show' do dia, com roteiro, figurino que até o técnico de som usava ( eu assiti o show ao lado da housemix) ela fez algo muito difícil de se executar; uma apresentação ao mesmo tempo bem ensaiada e calculada, mais sem perder a emoção. Covers de Prince e Jackson 5, e apesar de não possuir uma garganta do outro mundo, canta com elegância mesmo quando solta seu lado James Brown, que alías é predominante. Poderia ser uma oportunidade para as pessoas entenderem o verdadeiro significado da palavra FUNK. No fim ela desceu do palco e foi pelo corredor da segurança até a Housemix, chegando bem perto de onde eu estava. Olho vivo em Janelle, ainda vai ficar melhor do que já mostra.
Mistério, esse é a minha definição pra o Jamiroquai. Ta tudo lá: hits, banda nota 10, grove,  ..........mais tá faltando algo!!! O público deles é grande e super informado, cobraram várias músicas que tocaram em rádio no Brasil ( ..falei no Brasil, não na Bahia ...) em suma, foi animado, bem tocado, a galera dançou, curtiu as imagens do telão, tiradas do clips da banda, o visual de Jay K é tão sem noção que acaba ficando simpático, mas falta alguma coisa.

Friday, September 30, 2011

Sem medo e delírio no Rio de Janeiro Pt 2



                           Cabeça motorizada  
Por: Cláudio Moreira

Abri corajosamente caminho pelo gramado sintético já anteriormente vomitado em algum ponto pelo escriba e fiquei lá na frente. Era chegada a hora do show que me levou para a Cidade Maravilhosa: Motorhead. Me preparei para encerrar minha saga roqueira como se fosse morrer naquela noite ou coisa que o valha. O que queria era dizer para mim mesmo: nunca mais vou passar esse perrengue!!!! Como “puta velha” de grandes shows que sou, já conhecia o cenário de afetações e arrebatações ao meu redor. Respondi com um empurrão num mané punk de boutique que estava incomodando me empurrando e levantei com doçura uma garota desmaiada. Sim, era a hora esperada de ver pela terceira vez na minha vida Lemmy e cia justificarem minha presença ali na zona oeste carioca rodeada de serra de Mata Atlântica, favelas, condomínios e pistas de alta velocidade. Estava num estado de espírito em sintonia comigo mesmo e abençoado pelos desuses da música. Nada podia me atingir, pelo menos naquele metro quadrado. Lamentei a falta de meus amigos de coração da Bahia que poderiam estar ali comigo (alô Cebola, Marcio e Júnior!!!).

Lemmy Kilmister, Phil Campbell e Mikkey Dee entraram no palco gigantesco sem artifícios cenográficos e pegaram seus instrumentos para mais um dia (ops, já era noite!) de trabalho mandando direto nos meus peitos “Iron Fist” seguida de “Stay Clean”. A partir daí com o coração e mente impregnados do grito primal da música que sai da alma vibrei feito um animal sem perder a ternura. No solo de bateria, olho para o céu e agradeço toda força cósmica superior por ter conseguido me ajudar a chegar ali (quase a viagem não rola por interferências de forças ocultas) na beira do palco para me despedir em grande estilo do meu amado rock and roll. A catarse estava instalada e quem estava ali ou tinha virado “irmão de fé” ou era algum babaca fazendo pogo. Foi pouco mais de uma hora embalada pelos caminhos musicais barulhentos belíssimos já conhecidos da trupe comandada por um senhor inglês de mais de 60 anos. Antes da banda se despedir, já tinha gritado com a voz embargada de emoção todos “rock and rol!!!l” “Lemmy!!!” e “Motorhead!!!” que o “pé de ouvido” dos que estavam na minha frente poderiam ou não agüentar.


Quando a cabeça motorizada (não a minha, a banda mesmo!) foi embora, saí daquele turbilhão de mansinho, meio melancólico, feito criança com a alma lavada. Sinto uma onda interna me pegar e vomito novamente (será que estou doente?!), só que dessa vez nos pés calçados de algum jovem bem nascido. Alguém me segura, pergunta se estou passando bem e eu respondo que sim (ele nem imagina o quanto, apesar da aparência!). Mas registrei no coração que ainda rola alguma irmandade no rock. Sozinho, com discretas lágrimas nos olhos e em silêncio percebo o rito de passagem. Deixei bem ali na frente do palco toda energia que me restava daquele adolescente tímido que ouvia sozinho no quarto seus LPs de rock and roll. Sabia que o que viesse em diante naquela noite seriam bonus tracks.

Bebo uma água mineral esgotado e me dirijo ao banheiro para recobrar as forças. Saio dali para comprar uma camisa oficial do Motorhead para o filho da minha ex-mulher, me sentindo passando o bastão para o capetinha. Quero guardar a camisa na loja para não perder na bagaça. Meus olhos passam sinceridade e uma vendedora carioquinha linda com aquele sotaque da Zona Sul foi com minha cara (“deixa comigo baiano!”), pois segurou o produto num canto da loja para eu efetuar a compra no fim do último show. Antes de ir, fico olhando a área vip e me lembro sem saudades das mordomias dos meus tempos de jornalista cobrindo camarotes no carnaval de Salvador.  Lugar de dionisíacos é no gramado. E meu rock é sagrado, mas não deixa de ser profano. Camarote é coisa de apolíneos.

O meu cartão de débito me faz “existir” na meca de consumo do Rock in Rio 4 e pego mais tíquetes de chopp (“to passando mal...!” de novo e sempre) na Rockstreet, onde já me sinto em casa e já pressinto uma ponta de saudade do clima do local. Resolvi ver o show do nu metal de máscara.   
Verdade de alma – A banda dos americanos de macacão vermelho e máscaras engraçadas nunca foi minha praia, mas tomei uma surra dos rapazes. Cheguei a conversar com algumas pessoas na Cidade do Rock como foi que o Motorhead tocou antes deles no festival. Achava um desrespeito. O Slipknot fez um show sincero, arrebatador e emocionante mesmo para um roqueiro de 40 anos. Comecei o show lá atrás e fui fisgado pela sinceridade e catarse musical deles. No final, estava aplaudindo a banda de coração. Tomei uma lição. Nunca falei mal da banda, mas era neutro em relação ao grupo. Agora, já sei dos elogios que tenho guardado para eles na ponta da língua. No intervalo, mergulho na Rockstreet em clima de despedida e fui até a Tenda Eletrônica, que estava com umas modelos deliciosas em várias plataformas futuristas hipnotizando a todos, que “babavam” (eu incluído, claro!) sem piscar o olho. Muito lindo de ver todas aquelas modelos meio space rock carnavalescas.

Metal Militia – O Metallica sabia que a maioria do público foi ao Rock IN Rio 3 naquela noite para assisti-lo e entraram no palco cuspindo fogo no palco depois de dois excelentes shows do Motorhead e do Slipknot. Deram tudo repassando furiosamente o repertório do meu álbum predileto deles (Ride the Lightning). Essa é uma banda que conheci pelas mãos do amigo Marcos “Babau” Biondi nos idos 84/85 e lhe sou eternamente grato. Dali até o final do show, foi uma pancada só, entremeados com momentos de leveza pesada, que encerrou, sem dúvida nenhuma, a melhor noite do festival mesmo antes do seu término. “Rastejei” como bípede para pegar a camisa de Israel e depois até o ônibus, onde encontrei graças ao divino maravilhoso meu amiguinho em estado de graça. Fui “carregado” para dentro do ônibus, pois parecia que já estava nas últimas energias vitais da minha existência. Quando pensava que iria descansar em paz, uma pra lá de simpática capixaba inverteu os papéis da relação humana me obrigando com sua doçura a ficar acordado até ela saltar na Tijuca. O dia 26 de setembro de 2011 ainda não tinha nascido, mas uma página definitiva do meu idealismo artístico tinha sido virada para sempre.      


Minha anunciada despedida como platéia do rock and roll começou em 2010 com o Rush e parece ter terminado nessa noite mágica de 25 de setembro de 2011. Mas, tudo muda quando acontece algo que toca a alma do velho roqueiro. Se o Black Sabbath e Van Halen fizerem tours de despedidas passando pelo Brasil, lá vou eu de novo para o túnel do tempo das minhas emoções vintage rock and roll renovadas pelo aqui e agora e pelo eterno desejo de não deixar de viver a vida. Obrigado Rio!!!!!!!!

Thursday, September 29, 2011

Sem medo e delírio no Rio de Janeiro Pt 1


                           Alma motorizada
 Perdendo a noção na minha despedida da esbórnia rock and roll
       
         Por: Claudio Moreira

Quando decidi ir ao Rock in Rio 4 passou pela minha mente as emoções da minha passagem pelas edições anteriores de 1985, 1991 e 2001. Se, no primeiro, eu era um roqueiro pueril de 15 anos emocionado por ver meus herois, no segundo, eu queria era estender minha paixão pelo rock a uma boa dose de esbórnia; no terceiro, tentava acender a velha chama do bom e velho rock and roll, mas me esbarrei num anticlímax devido à aura plastificada da edição. Dessa vez, é diversão (apenas no segundo, morava na Cidade Maravilhosa). Buscando o resto da minha energia vital fui de mala e cuia para as terras cariocas, não sem antes garantir um ônibus de primeira classe para chegar e voltar da Barra da Tijuca (aos 42 anos resolvi encarar a empreitada como uma despedida existencial dessa entrega de se jogar na estrada sedento por música.No primeiro, a aventura de ônibus foi uma atração existencial à parte para um adolescente solitário, mas agora eu queria mesmo era conforto). Na companhia de um novo amiguinho pianista de 19 anos, cheguei na fila do RioCard todo excitado em fruir aquele dia de rock and roll ao meu jeito, sob minha ótica de roqueiro nosferatu anti-colonizado.No caminho, já passava e revisava com meu novo companheiro a primeira formação do Deep Purple e contava história de Raul Seixas e do rock baiano só para saciar a curiosidade do rapaz e marcava ponto de encontro dentro da cidade do rock (sabia que iria me perder dele, pois eu estava responsável por levá-lo, mas sabia que era ele quem iria me trazer de volta devido ao meu previsível estado de bagaço, que seria certo como o “we are motorhead, we play rock and roll!!!” de Lemmy no início do show do Motorhead)

Na fila, faço camaradagem com três cariocas homônimos e nos enturmamos até a Cidade do Rock e não deixo sempre inesperadamente de surpreendê-los gritando o nome deles para que os três se virassem ao mesmo tempo sem saber exatamente com quais dos três eu queria falar mesmo, num clima de gargalhada generalizada no “buzu” de luxo. Na Barra da Tijuca, evangélicos seguravam faixas dizendo que um mundo melhor só é possível sem droga. Bela mensagem, sem dúvida, mas esqueceram que citar que droga mesmo era grande parte da programação do festival. Reclamações gerais dos metaleiros dizendo que queriam mesmo era irem para o inferno. Senti o clima de amantes de RPG no ar e sorri ao lembrar que estava com uma camisa branca do Motorhead (ainda bem, pois detesto ser confundido com nerd, ainda mais os de linhagem “from hell”!)

Ao chegar Cidade do Rock parti direto para o abraço com os vendedores de latinhas (sempre com minha senha ‘to passando mal, uma cerveja urgente!’) e o consumo acelerou em doses para lá de speed metal. Todos na fila imensa se divertiam com os vôos rasantes do helicóptero da PM atenta ao menor sinal de arrastão que não rolou, passagem de carros da Polícia Federal e o escambau (mas não vi sinal de cães farejadores). Sotaques de todo Brasil garantiam a babel da irmandade roqueira que estava num vem para lá e para cá. Quase fomos brindados com um strip de uma moça nos ombros do namorado, mas ela amarelou. Recebi uma educada chamada de atenção da polícia carioca por ter urinado no mato (no que falei educadamente que eu era um ser da mata mesmo, quase um saci pererê!) e a simpática presença de pessoal da comunidade vizinha me lembrou que estávamos no “Rio de ‘Janeura’”. Entro na Disneylândia do Rock dos meninos de palyground sem saber o que me esperava. Nos primeiros passos, recebo a resposta espiritual enviesada à minha dúvida existencial com uma inesperada vomitada básica na grama artificial de Medina (será que o almoço me fez mal?!) para susto do meu pupilo, me olhando com olhos arregalados e segurando um generoso copo de água mineral (“qual é primeira formação do Deep Purple? Bom menino,  já aprendeu mesmo!”). Não perco muito tempo explicando minha imunidade diplomática em se tratando de boemia para o garoto e abordo um ambulante que vendia chopp com um tipo de engenhoca com mangueira, antes de me refazer do susto dos R$6,50 cobrados pelo copo de 300 ml. Tentei convencê-lo sem sucesso a me acompanhar para me servir até zerar o galão. A essa altura, o colega de rock já me chamava de guru e eu  alertava o “fantasminha camarada” (na serra fluminense não se pega sol, não?!) para a rima em voga na Bahia...  

O Palco Sunset era um flashback indisgeto na minha cabeça. Matanza com seu ogro ruivo à frente nunca foi nenhum Motorhead brasileiro para mim e continuei bocejando até o velhos bangers do Korsuz (exceção apenas a canja do guitarrista dos Dead Kennedys) terminarem o show e eu perceber que todos caminhos levavam à Jazz Street sob a resistência de meu pupilo, que conseguiu encontrar um amigo dele. Foi a deixa para dar uma esticada (ops!) ao banheiro e encontrar emocionado numa esquina um velho
chapa dos tempos de Rio. Fomos direto para a Rockstreet ver o show no coreto de uma dupla de pianistas americanos e mais um baixista brasileiro arregaçando com lista de clássicos de rock, blues e muito boogie woogie. Um barato atemporal realmente transgressor. Depois, horas depois, encontrei os americanos e os abracei elogiando suas performances. O mais velho tinha 80 anos e o povo puxou o coro (“viagra, viagra, viagra!!!”) e ele dançou possesso pelo palco. Mais rock and roll que qualquer banda de emo e de metal juntas.

Depois, no mesmo coreto, foi a hora e a vez do guitarrista argentino naturalizado brasileiro Victor BIglione (que  tocou no A Cor do Som no lugar de Armandinho).Aí o bicho pegou mesmo com a  cerveja alcançando temperaturas nórdicas e o clima esquentando. O cara debulhou num repertório jazz rock violento botando a platéia na mão com direito a final com cover de Miles Davis e guitarra com distorção para a platéia (peguei nela inclusive fazendo aquele grim!!!!!). Showzaço com direito a vários “uhus!!!” puxados pela massa iniciados por mim. Respirei fundo, aspirando liberdade, e encarei a fila de chopp para me abastecer falando pelos cotovelos. Me enturmei com um pessoal do Rio Grande do Sul “bah tchê!” e consegui passar o tempo na fila numa nice para comprar 10 fichas. Uso novamente a senha de “tem um cara passando mal, urgente, me dá um chopp aí!!!” para conseguir todas as vezes agilizar meu atendimento. Sacolejando pela minha querida Rockstreet que mais parecia uma passarela de gatas de todas idade e senso de moralidade variados me perco entre olhares, sorrisos e  meus gritos de “Allman Brothers!!! Rush!!! e outros dinossauros para cada camisa de banda do meu coração que passasse por mim (teve uma menina com uma do Thin Lizzy, que jurou que gostava de Phil Lynott e sua turma antes do Metallica regravar “Whiskey in the jar” e eu, claro, que estava mais do que disposto a acreditar em tudo que ela falasse). Fiquei jogando conversa fora (ou seria dentro?!) com a turminha dela quando recuperei o fôlego em mais uma ida ao banheiro para dar de cara num bar com um grupo meio família “Do,ré, mi” tocando e cantando classic rock. Fui para frente e puxei a massa com urros de uhu! (resultado, eles falaram que foram chamados para se apresentar no coreto nos outros dias do festiva e tiraram fotos da platéia recém conquistada). Num lado, um bardo solitário puxava no violão e gaita um repertório digno recheado de Neil Young, Pink Floyd e o escamabau. Num clima de confraternização (ou será que era só eu que estava assim?!) fiz meu sinal de dedinho empenado junto a um cara todo pintado de ouro se fazendo de múmia para arrancar aplausos gerais e um sorriso de canto de boca do “paralisadão” (a essa altura as fichas de chopp terminavam e eu achava animadinho que os aplausos eram todos para mim mesmo!). 


Recuperando um pouco a noção e segurando a onda, lembrei que estava ali pelo rock pesado e resolvi dar um pulo no Palco Principal e no Sunset (não necessariamente nessa ordem) só para rejeitar os riffs do Angra, Sepultura, Gloria e Coheed and Cambria. Depois de tentar, frustado, achar o amiguinho no ponto de encontro, voltei para os braços de minha já íntima Rockstreet, onde o ambiente cultural era dos melhores e a esbórnia estava instalada em clima de carnaval rock and geral  (nesse momento já me abraçava sabe deus lá com quem, tirava fotos com yyz e participava de rodas de conversas nonsense desse e de outros mundos beirando a comunicação tribal e a Física Quântica). Vejo uma bandeira da Argentina e gritei “Viva Pappo!”, encostei, bati um papo com os hermanos e depois mudei de ares porque tinha um compromisso com o Godfather.

Wednesday, September 28, 2011

Cápsulas de cebola

Mas quem foi que disse que o faz-me RIR já foi diferente? desde que eu me entendo por gente, sempre foi assim. Em 85 meio mundo reclamava de Elbas e Kids diversos. Hoje os judas são nx zero à esquerda e Claudinha (mas que pernas) Leite. E, como em 85, ainda tivemos uma grande noite para os metal-lovers, com performances digníssimas de Motorhead, Mettalica e, por que não, até do Slipknot. Mas, atenção garotos. O show mesmo, que me faria ir até lá só pra rir e chorar de prazer...Esse foi o nosso tio Elton John. Só vi depois no youtube, mas posso dizer: Que inveja de quem estava lá. Agora é esperar mr. Stevie Wonder. Promessa de outro ponto altíssimo, por Tutatis. 

Sim, estamos de volta!



Meu blog zumbi está de volta, incautos. Em breve texto do brother from hell Claudio Moreira, sobre sua apoteótica passagem pelas terra cariocas, no faz-me RIR festival! Esqueçam mr. Hunter Thompsom. Em breve...Aviso assim que rolar.

Saturday, August 21, 2010

Mark Hollis


Por onde andará Mark Hollis? Esta é a pergunta que faz seus vários fãs. Eu incluso. Você acha que não conhece? Aposto que, se você tiver mais de 30, conhece esta aqui . Mas esta canção é apenas um lado da grande (mas não tão reconhecida como tal por aqui) Talk Talk. Quando se fala nesta banda, a imagem que nos vem à cabeça, é aquela de bandas de sintetizadores pop dos anos 80. Eles foram também isto, embora com uma qualidade e inteligência bem mais aguda do que a maioria de seus pares. O hit It´s my Life é uma prova de como uma banda pode fazer um hit e manter sua dignidade. Reconheceram? Não? Não importa, vamos adiante.
Depois deste hit, estourado na Europa em 86, a banda solta o divisor de estações (não precisam perdoar o trocadilho...por que todo mundo pede perdão por um trocadilho? Que saco!) The Colour of Spring. Com participação especialíssima do soberbo Steve Winwood (ex-Traffic) pilotando o órgão em quase todas as canções, além do multi-instrumentista Tin Friese-Greene, escudando Mark hollis na composição e produção, o álbum estourou outro hit, I Don´t Believe in You, onde percebemos agora um paulatino distanciamento da preponderância dos sintetizadores, trocados, mas não completamente, por instrumentos “de verdade” (isso NÃO é juízo de valor, pessoas!). Nesta música, e no disco como um todo, as influências declaradas de Mark Hollis tornam-se mais evidentes : Can, Jazz vanguardista, experimentalismo com texturas e extruturas musicais, um certo minimalismo, em suma, tudo aquilo que, bem mais tarde, seria rotulado de pós-rock.
Mas aí...
Acontece que a gravadora dos caras, empolgada com sua escalada nos charts, resolve dar carta branca para Sr. Hollis e seus asseclas. Os dois discos seguintes, Spirit of Eden (88)e Laughing Stock (91) atingem o ápice do experimentalismo da banda. Mark Hollis, o gênio da máquina, e Tim-Friese-Greene, seu braço direito e esquerdo destroem clichês e torcem mentes em dois discaços, desses pra se ouvir de mente aberta, de preferência à luz de velas, em completo silêncio e atenção. Não dá pra você entendê-los fazendo a barba ou retocando a maquiagem (ou os dois). I Believe in You é uma grande canção deste disco. Ambiência, texturas, silêncios, melodias frágeis, refrões esparsos...nada de convencionalismos. O problema é que a EMI se assustou com os rapazes (mas qual é o problema destes caras?!!) e passou a cobrar uma maior “responsabilidade” comercial. Aconteceu algo parecido, nos anos 90, com uma banda que percorreu caminhos semelhantes. O Wilco. Lembram de Yankee Hotel Foxtrot? Pois então. Na raiz dos "problemas" das duas bandas, podemos encontrar origens iguais, o kraut rock do Can, principalmente e a total liberdade estética provocada por um anterior sucesso comercial (no caso do Wilco, o disco Summerteeth, grande sucesso). Óbvio, a solução foi idêntica. Assim como o Talk Talk abandona o barco da EMI pra se juntar à Polydor, o Wilco se manda da Warner para a Nonsuch por conta própria e risco. E pela Polydor, o Talk Talk lança o disco mais experimental, o Laughing Stock. Aqui, um bom exemplar deste cd.
Mark Hollis é um daqueles de rara estirpe, que nunca se deixou intimidar por pressões do mercado. Soube, na verdade, se aproveitar dele, de forma inteligente e criativa, visto que os dois primeiros discos do Talk Talk são também muito bons, só que numa praia mais comercial. Synth pop de primeiríssima grandeza. A banda acabou, por razões nunca bem explicadas, depois do Laughing e, apenas sete anos depois, ele lança o seu único disco solo, por sinal, brilhante também, na mesma praia sonora da trilogia abençoada do TT. Depois disso, o homem sumiu do mapa musical. Nada de shows, apenas participações esporádicas com outros artistas, e só. Uma pena. Bandas como o já citado Wilco, na sua fase mais experimental e Radiohead devem muito à coragem e criatividade deste que é um ídolo pessoal. Por onde andará mr. Mark Hollis?

Sergio cebola Martinez

Wednesday, March 24, 2010

Eita porra!



Banda de Rock Triste, agora com nova formação: Eu mesmo na vox, Toni Oliveira na guitarra, Alex Augusto também guitarra mais teclado, Nuno "chuck Norris" Ricardo, no baixo, Juliano na batera. Tocaremos com a Banda de Rock, comemoraremos o aniversário do seu guitarrista, meu irmão, Candido, teremos a participação de Dj Potato pilotando pick ups...vai ser uma festa da porra! Compareçam