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Wednesday, October 05, 2011

Soul in Rio Pt 1


Por Nei Bahia

Pra começo  de conversa: um festival do tamanho do Rock in Rio não pode dar ouvidos a puristas na formação do set, se não as contas não fecham. Falo logo isso até pra perguntar uma coisa ; Stevie Wonder também não é Rock, mais ninguém se atreve a dizer que ele está no lugar errado? Tem coisas estranhas lá , mas é muito melhor estranhezas e incoerências que acontecem do que perfeições que não passam de devaneios. Os anos me ensinaram muito bem isso.
Joss Stone não é uma cantora, é um sonho de consumo; linda, simpática, carismática, tem um sorriso encantador e canta como isso fosse a coisa mais fácil do mundo. A estranheza, uma das várias do festival, o fato de estar no palco secundário ( batizado "Palco Sunset") no fim da contas acabou sendo uma vantagem para quem admira a ruivinha com voz de negona. O show correspondente ao novo "LP1" parece ainda estar em gestação, então as musicas foram sendo colocadas no set de uma forma natural, o que deu ao show um ar de jam de fim de tarde. A competência da banda ajudou demais e Joss teve clima até pra reclamar do cabelo (....COMO?) e tomar chá enquanto decidia as músicas a cantar e reger a platéia, com uma profusão de gatinhas da fina flor da sociedade carioca balançando na Soul music, isso mostra que nem tudo está perdido. O show acabou sendo curto pois o palco principal já estava pronto para a primeira atração da noite, uma celebração necrófila que eu vou fazer de conta que não existiu.

Sendo assim, parti pra sentir o terreno. A área do festival não se distingue do que se vê e ouve falar nos festivais, sempre lanchonetes para muitos gostos ( pra mim ainda falta uma franquia nacional de abará e acarajé) , mais quem não tem cão caça com churrasco de gato. Pelo menos o chope estava  gelado, pois vinha de um caminhão especial, semelhante ao que foi sensação no RIR 1985 ( sim, estive aqui antes....), e a tal Rockstreet, uma réplica da Bourbon street de Nova Orleans, onde em um coreto se apresentava uma banda de Soul-funk que roda a cena local de clubes e bares da lapa e afins, liderada por um cantor e guitarrista e uma cantora de nacionalidade americana. Quem queria dançar tava se lavando, e até "I feel for You" de Chaka Khan apareceu, canção que poucas cantoras tentam pois o tom é altíssimo. Além disso, um espaço reservado à musica eletrônica funcionando até depois do fim do shows, era o local reservado para quem passou do ponto na aplicação e precisará de um local onde liberar energia até um pouco mais tarde.

Partindo finalmente para o palco principal, começa o show de Janele Monae, que Cebola já tinha me avisado; " è quente, pode ir sem medo”. Pois, como sempre a dica era quente e foi o show mais "show' do dia, com roteiro, figurino que até o técnico de som usava ( eu assiti o show ao lado da housemix) ela fez algo muito difícil de se executar; uma apresentação ao mesmo tempo bem ensaiada e calculada, mais sem perder a emoção. Covers de Prince e Jackson 5, e apesar de não possuir uma garganta do outro mundo, canta com elegância mesmo quando solta seu lado James Brown, que alías é predominante. Poderia ser uma oportunidade para as pessoas entenderem o verdadeiro significado da palavra FUNK. No fim ela desceu do palco e foi pelo corredor da segurança até a Housemix, chegando bem perto de onde eu estava. Olho vivo em Janelle, ainda vai ficar melhor do que já mostra.
Mistério, esse é a minha definição pra o Jamiroquai. Ta tudo lá: hits, banda nota 10, grove,  ..........mais tá faltando algo!!! O público deles é grande e super informado, cobraram várias músicas que tocaram em rádio no Brasil ( ..falei no Brasil, não na Bahia ...) em suma, foi animado, bem tocado, a galera dançou, curtiu as imagens do telão, tiradas do clips da banda, o visual de Jay K é tão sem noção que acaba ficando simpático, mas falta alguma coisa.

2 comments:

Márcio A Martinez said...

Hummm, gostinho de quero mais, hein? beleza, só espero que Cebola não edite um atrás do outro como o anterior e deixe mais espaço para comments.. hehe... brincadeira viu véi?!?
Janele eu tinha assistido in Ricife em janeiro, quando Amy ainda se embriagava entre nós, e achei tudo isso, só que um pouco perdida no lance teatral, talvez seu diferencial que acho que nem precisa... é uma James Brown de saias mesmo e pronto, mas vá lá, é bem esforçada...

Márcio A Martinez said...

Só acho que não é bem o caso de "não ser rock" pra ser criticado, mas tem coisas que são tão destoantes que acho que deveriam ter seu espaço próprio e lá ficar...
Soul/Rock/Dance/R&B/Pop acho que tem a ver entre si, por isso não deveria mesmo causar estranheza um Stevie Wonder, Jamiroquai, Joss, Janele, até Rihana, Ke$ha... e por aí vai terem se apresentado.