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Thursday, October 15, 2009

Noites Brancas!!

Continuando a temporada Noites Brancas, A Theatro de Séraphin tocará na Groove, conforme cartaz. Candido Sotto de volta à formação da Theatro e Banda de Rock Triste ( alguém viu antes?) de volta à ativa. Desta vez contando com Apu tude e Toni Oliveira nas guitarras, Nuno Ricardo no baixo, eu na vox e mr. Juliano Queiroz pancando os tambores. No repertório, prediletas do Cure, Jesus and Mary Chain, Velvet Underground, New Order, Oasis, dentre outras.
It´s just rock n roll.

Sunday, July 26, 2009

A Síndrome do Hype (ou, Como eu descobri Jesus e aprendi a amá-lo)


Baixei dia desses uma caixa sobre o poder do pensamento negativo. ( The Power of Negative Thinking, Jesus And Mary Chain, Rhyno, 2008 ), e comecei a pensar besteira. Lembrei de quando, lá nos anos 80, buscava qualquer coisa escrita sobre rock que pudesse me cair nas mãos. Havia algumas publicações periódicas, como a Roll, a Som Três, outras nem tanto, como a Rock Show, Rock Stars, etc. que me aliviavam a fome de informações, na época tão escassas. Em 85 surge a revista Bizz. Segundo o site da Editora Abril: “Seu projeto editorial inicial foi baseado em pesquisas levantadas junto ao público presente no primeiro Rock in Rio, ocorrido em janeiro daquele ano”. Aí melhorou. Era uma fonte a mais, com uma periodicidade confiável, e que, copiando ou não revistas gringas, traziam uma gama maior de informações, incluindo aí as novíssimas novidades novas do império e da ilha, principalmente. Curioso, sempre fui. A fome se juntou à vontade de comer e o fast food estava logo ali na banca da esquina. Caí matando que nem um morta-fome, baby. Mas daí, começaram alguns “problemas”.
Eu tinha 16 pra 17 anos e a Bizz, a partir do sétimo número, lembro bem, começou a se tornar a única, para mim ao menos, fonte daquelas novidades. Podia nem ser tão boa, mas ruim não era, podia nem fazer bem, mas mal não fazia, e pelo menos, saciava e atiçava minha curiosidade, ao mesmo tempo. Pois se eu lia sobre, por exemplo, REM, no complemento da refeição principal, e que era o melhor, vinham citações de fantásticas velharias, como The Byrds, Patti Smith, Folk Rock, e coisas recentes como College rádios, bandas “independentes”, “cena alternativa”, por aí... O problema era o seguinte: Existia um “conservadorismo” latente no público roqueiro de então. REM?, Smiths??, Echo and The Bunnymen???, Jesus and Mary WHO THE FUCK???? Que PORRA é essa, Cebola??!! Isso é rock gay!!!??? JURO!!! Rolava isso sim, e tenho testemunhas. Os seguidores do “manual do verdadeiro rock” consideravam essas novidades, a Bizz, a NME, os indies, os college, e tudo o mais um bando de farinhas do mesmo saco de porcarias infiéis que deveriam ser condenados à fogueira inquisitória dos guardiões da PALAVRA. O tempo, sempre ele, cuidou de transformar alguns hypes em clássicos, alguns clássicos em dinossauros, alguns dinossauros em cult, e lixo em gás metano, para reciclagem ou para cá mesmo, em containers entupidos...
Porque aqui, assim como além mar, impera o lixo. Concordo. Mas de vez em quando surge algo aproveitável. E, menos vezes, mas sempre, surge aquela banda do caralho, que vai fazer você lembrar de que ainda vale a pena deixar a antena ligada. Não deixam algumas pra tentar localizar Ets? Que venham os Ets...
O Jesus daí da foto é só pra lembrar: Caixa de b-sides e raridades é pra banda que virou “clássica”, não? Pois é. O Jesus and Mary Chain, em 86, eram hype. Vi na Bizz.

Ps. (Isso existe ainda?) – Para os deslumbrados de plantão, jornalistas ou não, que vêm brilhantismo em qualquer porcaria reciclada que empurram guela abaixo hoje em dia e que vivem de babar ovo de hypagens sem sal nem açúcar: Vocês são piores do que os “conservadores”. Esses têm o passado como referência, e ela é muito boa. Vocês não têm nada. Absolutamente, nada.

Sergio cebola Martinez

Tuesday, April 28, 2009

Wilco


Superlativos. Quando em postagens diversas nos deparamos com textos que exageram nos adjetivos superlativos, nos elogios grandiloquentes, e às vezes, na pura tietagem explícita, costumamos tentar relativizar um pouco as coisas, pensando algo assim: "pô, o cara é fã, nem deve ser isso tudo não." Bom, eu não perderia meu tempo e minha paciência se não o fosse mesmo, ao postar aqui no meu blog um texto falando sobre uma banda. A não ser que o tema fosse outro que não o puro e simples elogio de um disco especificamente, ou de uma banda, como neste caso. Banda esta que não só admiro, como também considero a melhor banda surgida nos ´90, e ainda a minha predileta em atividade.

Wilco. Em 1996 um amigo de meu irmão Márcio o empresta o cd de estréia de uma banda de folk-rock obscura, da qual nunca havia ouvido sequer falar e que chapei na hora. AM, o disco, era simples, básico, emocional, cru e delicado em medidas quase perfeitas. Must be High, Passenger Side, Cassino Queen, Box Full of Letters...eram ( ei, e são ), grandes canções com um pé ainda no puro country/folk/rock praticado por Jeff Tweedy, Ken Coomer e Max Johnston ( membros desta primeira formação do Wilco ) na seminal Uncle Tuppelo, banda anterior dos três junto com Jay Farrar que foi formar outra banda, a Son Volt...outra história que ainda conto aqui. Porque aqui e agora, o espaço é do Wilco.
Depois de ouvir trocentas vezes o AM, comecei a buscar na rede informações sobre a banda e eis que me deparo com seu site oficial . Logo de cara, no site, uma imagem do segundo disco recém lançado, e que me fez ficar obcecado pela banda: Being There. Álbum duplo, sem enrolação, perfeito do início ao fim...Algo como o Exile on Main Street dos anos 90. Aquele som básico do AM agora se diversificava, incorporando elementos quase díspares como Stones, Neil Young, Beach Boys, Gram Parsons, Beatles, noise, desconstruções ( ouça Misanderstood ), e texturas diversas. Country, folk, rock ´n´ roll, baladas...sem dúvida, um dos melhores, se não o melhor disco daquela década. Foi um dos meus primeiros pedidos gringos via web, numa edição tipo vinil, com capinha dupla...fantástico.
No terceiro disco, Summerteeth, de 99, o Wilco torna-se ao mesmo tempo mais pop e mais sombrio. Aqui, o Big Star passa a ocupar espaço entre as influências mais evidentes da banda. O "power pop" perfeito parece ser a nova meta, mesmo que sem abandonar suas principais raízes, firmemente fincadas no terreno folk-rock dos 60/70. Um disco mais "focado" que o anterior, preferido de muitos fãs e críticos, uma pequena obra-prima dos anos 90 (mais uma, portanto).

Em 2002, depois de muita confusão (a Warner se recusava à lançar um disco que eles não consideravam comercial o suficiente), sai Yankee Hotel Foxtrot, o disco mais "experimental" da banda. Agora, o produtor/guitarrista Jim O´Rourke passa a exercer um papel proeminente na sonoridade da banda. Pitadas de Kraut-Rock, muito noise, climas dissonantes...paredes de guitarras, pode-se dizer que o Wilco aqui se aproxima um pouco do Sonic Youth (cortesia de O´Rourke, que também era colaborador e futuro membro do Sonic Youth). Mas esta aproximação não descaracteriza nem um pouco o som da banda, apenas alarga seu limite, incorporando mais pesadamente um expelimentalismo saudável que já se insinuava desde o Being There. Para os fãs de primeira hora, nunhuma surpresa então. Por sinal, a Warner teve de engolir esse sapo: O disco foi disparado o que melhor vendeu até então, so sendo superado mais tarde pelo Sky Blue Sky. Quem lançou Yankee Hotel Foxtrot foi o selo independente Nonsuch, depois do rompimento do contrato da banda pela Warner. Resultado, como a Nonsuch é distribuído pela Warner, e a Warner teve de pagar pelo rompimento do contrato, torna-se asssim a primeira produtora a pagar duas vezes pelo mesmo disco, parabéns, Warner!

A Ghost is Born, de 2004, é um passo além do Yankee..As novidades continuam presentes, so que melhor, mais coesas, mais "orgânicas". Apenas um grande disco, para manter o Wilco na minha top 1 banda em atividade desde o Being There. Nota 10 com louvor, de novo.

Em Maio de 2007, Sky Blue Sky é lançado para tornar-se o mais bem sucedido disco do Wilco em termos comerciais. "Volta às origens", foi a frase mais usada para definir este disco incrível. Concordo, em parte. Realmente, a sonoridade aqui volta a possuir as "cores" folkrock de forma mais destacada, porém, dois fatos: Primeiro, o som se aproxima mais daquele clássico soft-rock típico dos anos 70 do que das raízes presentes em AM e Being There. Segundo, ainda presente as experimentações de guitarras, com o soberbo guitar-man Nels Cline cada vez mais inspirado e presente, absolutamente feliz na escolha de timbres e frases. Aqui, a grande "novidade" fica por conta dessas "viagens" guitarrísticas conduzidas por Cline e Jeff Tweedy, quase emulando o estilo e bom gosto de outroa dupla fantástica: Tom Verlaine/Richard Lloyd. Sim! isso mesmo!! O Television aqui é uma forte e boa influência, especialmente nas guitarras, por sobre as bases e melodias Neil Young/Eagles do álbum.

Antes de Sky Blue Sky, Kicking Television (opa! dica?), ao vivo em Chicago, mostra a banda ao vivo em um duplo cd estupendo, certamente um dos melhores live álbuns ever, de uma das melhores (se não A melhor) banda ao vivo da atualidade...Quem viu seus shows aqui no Brasil pode atestar o fato.

No final de Junho deste ano será lançado Wilco (The Album), novo capítulo desta ja clássica jornada, com mais 11 canções que esperamos façam jus à melhor banda surgida nos anos 90, até hoje!
Temos que abrir um parêntesis aqui para falar do projeto Mermaid Avenue, vols 1 e 2, lançados em parceria com o bardo folk inglês Billy Bragg, onde eles musicaram poemas de Woodie Guthrie em um trabalho fantástico de leitura musical! Obrigatórios também.



Sergio Martinez











Tuesday, April 14, 2009

Prefab Sprout - Steve McQueen



Belíssima banda esquecida no vitral de estilos dos anos 80. Pop, sofisticada, melodiosa, elegante e  com pitadas de jazz, costumavam comparar seu mentor, Paddy McAloon à mestres como Elvis Costelo, Paul McCArtney, Cole Porter, George Gershwin, Burt Bacharch, entre outros. 

Tudo isso e mais. No seu clássico segundo album, Steve McQueen ( ou Two Wheels Good, na edição americana, por motivos de direitos sobre o nome do ator, que, por sinal, é também um favorito particular ),de 85, Thomas Dolby, mago de estúdio, encontra a mistura perfeita, exata, que possibilitou transformar as belíssimas canções de McAloon em belíssimas canções de sempre do Prefab Sprout. Guitarras sutis, letras instigantes ( para muitos críticos, e para o próprio Paddy, melhores do que a "concorrencia", leia-se, Morrisey e afins! ), teclados traçando cores e climas complementares numa tapeçaria rica, densa e, mesmo assim, leve, climática. 

Mais próximo daqueles songwriters clássicos já citados do que da idéia do ídolo rock star ( ou pop star, o que seja ) Paddy McAloon forjou, ao lado de Thomas Dolby ( o Brian Eno destes Roxys de Newcastle, se é que vocês me entendem ), um som único, 
bastante pessoal e, ao mesmo tempo, pop, totalmente pop. 

Ouçam aí, Steve McQueen! Talvez o Pet Sounds daqueles estranhos anos. Talvez apenas uma banda pop estilosa e pretensiosa com arroubos de genialidade. Talvez nada disso. Mas que prazer em ouvir de novo esta pequena e brilhante coleção de doces e inesquecíveis canções: Faron Young e seu schizo-country, Bonny e aquela levada fantástica e simples de violão, pontuada por teclados etéreos, um solo de guitarra jazzy de fazer chorar ( talvez minha predileta, se me permitem )...When Love Breaks Down, que balada senhores, que classe e beleza, Moving the River, e sua melodia absolutamente brilhante, percussões e guitarras dialogando sem atrito...Bom, vão ouvir, não vou estragar o prazer da vossa surpresa e descoberta. Se façam um favor e ouçam. 
Se não quiserem apenas "baixar", recomendo uma excelente edição dupla da Legacy, de 2007, remasterizada pelo próprio Thomas Dolby. O segundo disco tras oito destas gemas em versão acústica, por Paddy McAloon, gravadas no verão( deles la) de 2006, especialmente para esta edição. 

Bye, até mais.

Sergio Martinez

Segue a letra de minha canção favorita do disco:

Bonny

I spend the days with my vanity

I'm lost in heaven and I'm lost to earth
Didn't give you minutes not even moments
All my life in a tower of foil
Shaded feelings, don't believe you

When you were there before my eyes
No one planned it took it for granted

I count the hours since you slipped away
I count the hours that I lie awake
I count the minutes and the seconds too
All I stole and I took from you
But Bonny don't live at home, he don't live at home
Words don't hold you, broken soldiers

I count the hours since you slipped away
I count the hours that I lie awake
I count the minutes and the seconds too
All I stole and I took from you
But Bonny don't live at home, he don't live at home
Words don't hold you, broken soldiers

All my silence and my strained respect
Missed chances and the same regrets
Kiss the thief and you save the rest
All my insights from retrospect
But Bonny's not coming home, he don't live at home
Save your speeches, flowers are for funerals 

à espera do doutor!

Só esperando. A vida pode ser boa às vezes.
c.

Saturday, January 24, 2009

Sortudos somos nós, sem Brian Wilson somos não


Já que não vou fazer lista de melhores do ano, segue O melhor do ano. Por que? :
1 - Porque é conceitual. Álbum conceitual...Álbum, certo, garotos!?
2 - Porque é de Brian Wilson. Ele é velho, logo, ultrapassado...por quem, garotos?!
3 - Soa velho e sem tempo. Seria atemporal a palavra?!
4 - Hey hey, isso não é um hype??!
5 - As melodias, estúpido, são as melodias!!
6 - E os arranjos arrasadores;
7 - A sonoridade "iluminada".
8 - Honestidade; Sinceridade; Ambição; Desejo e destino.
9 - By
Sergio Martinez