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Tuesday, April 22, 2008

berlinda e Cascadura



Esse post é em causa própria. Festa de lançamento de Mar de Calma e aniversário do Cascadura, 16 aninhos de labuta no rock, é pouco? Ainda tem três djs de lambuja.



Tuesday, April 08, 2008

Shine A Light, Mr. Scorcese, Shine a Light!



Martin Scorcese tinha a intenção de mostrar a banda para as novas gerações. Definitivamente, ele conseguiu. Não apenas um show filmado. Isso todos já viram. Quem já assistiu Gimme Shelter, fantástico documentário da turnê de 1969 ou qualquer dos shows dos Stones por essas e outras paragens já tinha visto isso. Scorcese foi além. Bem mais. Shine a Light é, como diz seu título, uma luz brilhante na filmografia de seu diretor, e na dos Rolling Stones também.















Como se filmado de dentro do palco, os espectadores se sentem “cercados” pela banda em um show daqueles de se imaginar em um evento único. Dizer que a banda está afiada é chover no lago das obviedades. Dizer que o filme é um novo “olhar” sobre um show de rock é pretensioso e, ao mesmo tempo, café pequeno diante de um detalhe soberbo: O Som! Ou a forma como ele foi tratado. Quando uma das dezesseis (!) câmeras capta mr. Richards descendo a mão direita nas seis cordas, o som da sua guitarra assume repentinemente o primeiro plano, esmiuçando em detalhes séculos de discussões teóricas a cerca do que seja técnica soberba ou feeling de gênios. Ronnie e Keith protagonizam tal duelo de riffs e frases, com suas guitarras assumindo este primeiro plano sonoro todas as vezes em que são filmadas, que acabamos percebendo finalmente como uma intenção, aquela de Scorcese, sai do âmbito da mera retórica populista e adentra um quase didatismo musical, longe de pedante, porém exato e, vamos lá, divertidíssimo.




Os Stones são a maior banda de garagem do mundo. Quando escutamos Satisfaction, no fim, percebe-se por que só eles a tocam de forma a, ainda, empolgar. São sujos, erram as vezes ( né Mr. Keith? ), escolhem os timbres certos, arriscam ainda ( She Was Hot?? que beleza ficou! ). E executam versões descaralhantes de canções semi-obscuras: Far Way Eyes, e até mesmo, Some Girls, para mim, o momento ápice do show, com Mick Jagger assumindo uma terceira guitarra escandalosa de suja e metendo aquela parede honky_tonky peito a dentro de forma que só eles fazem. Sobre este senhor, nada a declarar. Jagger continua sendo Jagger. Perfeccionista, exagerado, cantando de forma bluesy como quase ninguém hoje em dia, definitivamente, dominando a sua arena.

As participações? Jack White rindo de nervoso em Lovin´ Cup, Buddy Guy arrombando tudo e ainda ganhando uma guitarra de presente de Keith Richards e, pasmem, em Live With Me, até dona Cristina Aguilera não comprometeu. Também, com essa música, só se fizesse muita merda mesmo.

Scorcese exagerou. As câmaras aparecem o tempo todo. O seu nervosismo não parece fake mesmo. Há muito tempo espero algo assim. Mesmo sem saber. Um documentário musical sobre uma banda de rock em que um dos protagonistas é simplesmente O Som! Que coisa óbvia, não? O fogo cruzado de riffs das duas guitarras assumindo repentinamente o primeiro plano é, repito, o ponto alto deste filme.

Eu pretendo aproveitar as quartas de promoção pra rever algumas vezes ( certo, sou doente mesmo ), vamos lá?

Ah sim! Sobre a idade ou relevância dos caras? Por favor, não me faça rir.

Sergio Cebola Martinez