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Thursday, July 20, 2006

Entrevista: CASCADURA




O que se pode dizer, como primeiras impressões sobre o Bogary é que é um disco muito, muito intenso. Um trabalho sem excessos, com uma produçao fantástica, uma sonoridade que alia o peso tradicional do Cascadura com um grande cuidado com os climas, as nuances. As letras sempre beirando um clima confessional, em uma auto-análise destes anos de estrada, anos de esperança e tropeços, porém sempre intenso... como o disco!
Parabéns Cascadura, deste fã de primeira hora, valeu pela entrevista, e, galera, já está nas bancas, procurem seu exemplar e curtam. sem contra-indicações.

Sergio Cebola Martinez

Entrevista CASCADURA


Óculos de CebolaE aí, Fábio, dê suas impressões sobre o Bogary, como você o insere dentro da discografia da banda.

Fábio Cascadura – É o melhor disco da banda, melhor disco que a gente já fez, e é o disco que resume os últimos três anos do cascadura, o que a gente vem passando e vivendo...e a galera vai conferir e dar seu parecer. O que eu tenho a dizer é que é o disco que eu mais gostei de fazer.

OdcE você, Tiago, quais as suas impressões?

Tiago Trad - O Bogary foi o segundo disco de que participei, e acho que foi o disco mais fácil, desde que eu entrei, em 2002, começou com uma promo, que a gente fez com André T., já tinham quatro músicas nesta promo, que não entraram no Vivendo ( Vivendo em Grande Estilo, álbum anterior), e dessa parceria, rolou o Bogary, que quando entramos no estúdio não teve muita coisa que mudar, não, fizemos uma pré-produção em São Paulo, eu e Fábio ensaiando no estúdio de Duda ( Pitty, baterista), algumas coisas ainda sem letras terminadas, mais para ir passando arranjos e tal, mas quando a gente entrou no estúdio fluiu tudo muito rápido, esse lance da parceria com André,a gente já tinha uma confiança muito grande, deixar ele bastante à vontade, isso ajudou muito, a gente fazia dois takes de cada música e vamos nessa, e a proposta do disco foi justamente a de não ter milhões de guitarras, blá, blá, blá, e aí você vai escutar e perceber que tem alí musicas de duas guitarras, três guitarras, a gente contou também com a contribuição de Jô ( Jô Estrada, Lacme), na composição do disco, que também ajudou muito...

OdcTambém, na composição das músicas?

TT – Não, nos arranjos, ele colaborou bastante nos arranjos, e trabalho de vozes e tal, que enriqueceu bastante o trabalho, foi um núcleo muito fechado, tava eu, Fábio, Jô e André alí, Fábio, André e Jô se revezando no baixo, guitarras... e foi legal por que a gente também não tinha muito espaço para botar muita coisa, botar quinhentas guitarras...não tinha um guitarrista que estava alí querendo fazer milhões de arranjos dele...as músicas fluiram muito fácil...

OdcE lançamento, pretendem fazer algum show de lançamento aqui em Salvador?

TT – A gente tá indo agora pra São Paulo e Rio, fazer a divulgação lá...mas a gente tem vontade de fazer shows aqui, daqui a uns dois meses, de repende, com uma produção bacana, tocando todas as músicas, com um bom acabamento, é o que a gente quer fazer agora...segurar um pouco...aprimorar...

FC – A gente já tem agendado dia primeiro em São Paulo, no Belfiore Bar, e dia 9 no Rio no teatro Odisséia.

OdcE sobre essa nova formação, fale um pouco sobre a entrada de Tiago Aziz na banda...

FC – Tiago entrou na banda porque já estava muito próximo da gente, Tiago (Trad ), já tinha tocado com ele, recomendou...

TT – Foi o seguinte, a gente tava com dificuldade pra achar um baixista, com datas pra fazer, com o Cachorro Grande, em São Paulo, Rio, no Circo Voador, aí me veio a idéia de falar com o Tiago, com que já havia tocado no Inkoma, e eu sempre lembrava por...positividade..e quando liguei pra ele foi tudo muito rápido, liguei de orelhão, pro celular, sem muito tempo...e em uns trinta segundos fechou tudo...foi fácil desde a primeira vez que a gente se falou...”velho, tem um show pra gente fazer e tal...” aí ele, “velho, não quero saber mais nada, tou nessa!”... e tá aí tocando...

OdcE Candinho, nesta história toda?

FC – Candido, por acaso, foi uma sugestão de Tiago também...a gente estava passando pelo mesmo processo, por que o disco foi gravado por eu e Tiago, mais dois produtores, e os produtores têm os seu projetos paralelos...André tem seu estúdio, uma frequencia de trabalhos enorme, não ia poder acompanhar a gente no palco...Jô já tava embalado pra ir com o Lacme pra São Paulo, investindo no projeto dele...e agente procurava outras pessoas que pudessem apresentar nosso trabalho no palco...o processo de entrada de Cândido foi natural também, sugestão de Tiago, ele era um ex-Cascadura... Tiago tinha acabado de ir em um show da Theatro de Séraphin ( banda em que Cândido é guitarrista, compositor e um dos fundadores, prestes também a lançar seu primeiro disco, Tristes Trópicos. Nota de Cebola ) e ele falou: “velho, vamos chamar Cândido, e tal...” daí eu pensei, pô será que ele tá a fim, vivendo uma experiencia completamente diferente da que ele viveu quando era do Cascadura ( 92 à 95 )...hoje tem um estúdio, tá casado, outra banda, filho tal, será que ele estaria a fim de encarar? Foi muito bom ele ter se colocado “a fim”, porque casou todo mundo trabalhando na mesma frequencia...

OdcEm relação às letras...

FC – São extremamente pessoais...acho que sempre foram pessoais...

OdcHá algum conceito no disco...

FC – Não, inclusive as músicas foram escritas em diversos períodos, diversos momentos, fazem parte desse período de quatro a cinco anos... a última música do disco foi feita em 2000, que é Adeus Solidão, e a primeira, em 2003, quando fomos passar nosso primeiro período em São Paulo...enfim, são letras de momentos diferentes, mas que dizem respeito à vida que a gente tem levado com a banda, a perspectiva que a gente tem com as coisas que a gente tem se deparado...as pessoas vão encontrar referencias à religião, ao amor, relacionamento, frutrações, a defeitos pessoais, inveja, egolatria...enfim, tudo isso e também prazer, esperança, vontade, tudo de uma forma muito pessoal, mesmo porque neste momento não dava pra ser de outra forma...

OdcE musicalmente?

FC – Tudo que a gente ouve influencia... a gente tem uma tendencia muito grande a criar as coisas a partir da tradição mas, musicalmente, a gente hoje não tem nenhuma referencia direta...Beatles, Stones, e tudo mais que veio antes e depois, fazem parte da dieta da galera...tudo interfere.

42 comments:

mov. nac. de busca e apoi a pessoas desaparecidas said...

muito afuder!

cebola, man...

Franchico said...

Bala a entrevista (e a iniciativa), Cebolitos. Só uma observação rápida: o guitarista, músico da Lacme que gravou o disco com eles é JÔ Estrada, e não Joe, como está grafado diversas vezes no texto. Seria bom trocar para não confundirem com Joe de Pitty, que tb participou do disco. Jô é um puta músico, já fomos vizinhos, qdo a Lacme ainda era um projeto solo, escondido no PC caseiro dele. Talvez vc não se lembre, mas Jô era o guitarrista e vocalista da esquecida e gloriosa Dead Easy, que tocou diversas vezes com a Úteros em seus primórdios. Facilmente, a Dead Easy deve ter sido a melhor banda de metal farofa a surgir por aqui...

cebola said...

Valeu a correção, chicus. Caralho, lembro sim, da Dead easy, só não sabia deste detalhe!

Anonymous said...

blog muuuuuito bacana, cebola!
vindo de quem saca como vc, vai virar (minha) leitura obrigatória.
bjos.

Anonymous said...

Cebolovisk!
Uma bela surpresa nessa rede depois de tanta coisa inexpressiva.
Muito bom! Deu-me esperança, nesta tarde de sexta, à porta do fim do mundo.
Um beijão e até qualquer rock.

Anonymous said...

beleza de entrevista cebola...o cascadura será sempre minha banda predileta em terras baianas...sou fão de todas suas fases e faces...e fábio é um dos melhores compositores do rock brasileiro de sua geração...enfim, agora é conquistar o brasil alternativo e o que mais aparecer pela frente...banda do caralho!!!!!!!!!!!!!!!!!!
cláudio

Anonymous said...

sim, mas não me ficou muito claro...nariga está nas duas bandas? ou está somente em uma delas? ou está emprestado para uma delas e está na outra? ou está entrando numa delas e prestes a sair da outra? ou retornou para uma delas (de onde nunca deveria ter saído)? ou está 'tomando uma chuva' numa delas? ou está prestes a ficar nas duas e ainda abrir um projeto solo tipo "nariga blues band"?
cláudio

cebola said...

Galera, dia 30, no Multishow, 18 hrs, Berlinda. Confiram.

Anonymous said...

a capa do "bogary" deve ter sofrido influência do trabalho de arte da capa do álbum "loud 'n' proud" do nazareth de 73...vejam só e me digam se não estou certo...é mola?! o hard rock e o seu passado glorioso...
cláudio

cebola said...

Quem quiser comparar e comentar se the escman tá certo, o link é esse aí: http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&token=&sql=10:vy7ibkg96akm

Franchico said...

A referência deve ser essa mesma, mas eu tb lembrei da capa do primeiro CD do grupo Motormama, do interior de SP, se não me engano. A capa tb tem um galo, mas a do Casca é muito mais bonita, claro. Vejam aqui:

http://motormama.com.br/carnedepescoco.htm

Anonymous said...

é mais fácil fábio ter ouvido nazareth na adolescência do que essa tal banda aí...nazareth pode nunca ter sido a nata do hard rock, pelo contrário, mas tem quatro álbuns matadores lá na primeira metade dos 70...sei que fábio ouviu o "loud´n´proud"...
pode ter sido coincidência...
cláudio

cebola said...

escmotherfucker, preciso dos seus préstimos para este blog, manda aí seu e-mail.

Anonymous said...

velho, me explique uma coisa...se eu lhe der meu a-mail pelo blog vai ser um chuva de spam na minha caixa de entrada...pegue meu e-mail com márcio...
cláudio

cebola said...

é claro, burrice minha, daqui a pouco lhe mando um e-mail.

serviço de utilidade roqueira:

Pueblo, tem na amazon.com, Heart of Gold, documentário sobre neil young, por jonathan demme, se alguém quiser, papai aqui pode salvar suas almas perdidas.

Franchico said...

Esc, o lance do galo é coincidência mesmo, por que essa tal banda é muito inexpressiva. É normal esse tipo de coincidência, ainda mais com uma imagem forte e cheia de significado como é a do galo...

cebola said...

esc, marcio esqueceu, ligue pra mim...isso aqui tá virando msn...

Anonymous said...

é claro que foi coincidência, mas não só pelo galo man...chico...imagina...o único cara que eu conheço em salvador de mais de 30 anos - além de leão, paulinho e márcio, cebola, fábio, léo e vc - que tem orgulho de carregar esse fardo de ser um hard rocker de alma, sinceramente, sou eu mesmo...a maioria dos meus conhecidos e amigos sai pela tangente na hora de dizer que o hard rock faz parte da sua formação musical com aquele papo tipo "ouvi muito na adolescência e coisa e tal"...fico até constrangido....imagine que passado glorioso...cream, thin lizzy, moutain e tantos outros...

Franchico said...

Esse é o Esc que eu conheço!... Inda vou ter um filho assim!... ;-)

Anonymous said...

cebola, eu não tenho mais seus telefones...nem fixo nem celular...
esqueci de citar braminha, marcos biondi e tadeu (um dos maiores guitarristas que conheço que toca pra caralho, chegando ao ponto de tocar o repertório do argus do wishbone ash com a guitarra tonante nas costas) e miguel cordeiro, que, reza a lenda, tem a mesma idade de ronnie james dio...
cláudio

cebola said...

Gostava, gosto e ainda hei de gostar de hard rock, old school, até os meus derradeiros dias. DEEEEP PUUUUUUURPLEEEEEEE!!!

cebola said...

Falar nisso, este aqui, brevíssim, com uma cópia legendada do dvd de 30 aninhos do aniver´srio de Machine Head (72), obra primíssima, do Purple, e uma das minhas 10 top top top, de todos os tempos. Tá lá na lista do clashcity, lembram??

cebola said...

Voltando ao Casca. Alguém me disse que terça deve estar naquela banca perto do acarajé da regina, no rio vermelho, ou seja, amanhã. Oremos ao senhor.

Anonymous said...

esses caras merecem uma medelha pelo conjunto da obra...uma medalha pelo que fizeram pela música contemporânea...smoke on the water...hino eterno...blackmore, a força da xpressão furiosa da guitarra com técnica e feeling...quem pode ter tido uma vida sadia sem ouvir os solos e riffs de blackmore? difícl entender o contrário...me emocionei um dia desses ao passar pelo nhô caldos e assistir a banda lohan tocando purple...os caras devem ter 19 anos no máximo...pensei...sempre vão ter jovens ouvindo o machine head...graças aos deuses!
cláudio
qual é a melhor formação do deep purple?
mark I ( )
mark II ( )
mark III ( )
mark IV ( )
mark V ( )
mark VI ( )
mark VII ( )

cebola said...

mark II, claríssimo, me liiiiiiiiiiiigueeeeeeeeeeee, os numeroas estção aí

cebola said...

apesar de gostar muito do burn, tb. Mas In Rock, Firebal e Machine Head são absolutamente colossais!

Anonymous said...

claro que a mark II forjou, a mark I éinjustiçada, a mark III foi sensacional, a IV é outra injustiçada e marc bolan era genial; a V teve a aberração do john lynn turner (mais fã do que membro da banda); a VI teve steve morse mostrando toda sua virtuosidade e banda vira outra coisa e a VII tem o mago dos teclados Don Airey (macaco velho que fez a introdução de mr Crowley é mosntro, ams substituir sir lord é foda!)
enfim, II em primeiro e III chegando perto...
cláudio

Anonymous said...

que marc bolan cláudio sequelastommy bolin (genial das seis cordas)
sorry amigos
cláudio

Anonymous said...

inclusive eu acho bolin um gênio injustiçado
cláudio

Anonymous said...

miguel cordeiro
pois é, cláudio... vc tem razão! quem não gosta do glorioso hard rock é ruim da cabeça ou doente do pé ou acha q indie rock é a coisa mais relevante q existe no gênero...
deep purple (até stormbringer), foghat, wishbone ash, james gang, (leslie) west (jack) bruce & laing, ian hunter & mott the hoople, etc etc etc...
em ralação ao meu "contemporaneo" ronnie james dio, eu costumava roubar os vinis dele enquanto ele exercitava aquele vocalzinho gritado em falsete ensaiando na garagem. depois de muitos anos encontrei com ele na king´s road em londres e aí descobri q, na verdade, ele é um pouquinho mais velho q eu e tem a mesma idade de j j cale...

Anonymous said...

Cebolovisk
fui eu quem te falou do cd do casca na banca do red river... tô na maior marcação. todos os dias vou lá saber se chegou, mas até agora nada. o cara, Guto(já sei até o nome dele), me deu o telefone da banca e disse que eu ligasse, lá pra quinta-feira, pra saber se já chegou... caso queira o número da banca, pede por msn.

Anonymous said...

miguel, eu sei que ele é mais idoso do que todos nós dio fez 64 anos sinal de que quem gosta de música vai até o caroço na coisa...coroa da banca ao0 lado do acarajé de regina é tio do alex pochat lá vai ter a outra coisa (senão deixarem meu exemplar em alguma banca da cidade vai ter hein!)
dio tem essa coisa barroca, mas tem estilo eu gsoto sei que não é sua praia miguel quem sabe o elf que era mais puxado suingado no blues...bom, se tá sumido hein miguel...carol, vc só liga para poucos, hein, esquece os amigos
cláudio

cebola said...

Miguelito, meu velho, seja bem vindo à esta salada, volte sempre.
Claudesc, deixe de ciúme.
Carol, quero esse numero aí.

Franchico said...

Cláudio, vc já tem programa para esta sexta, 28! Não marque mais P.N.! Detalhes com Cebola! A gente se fala!

osvaldo said...

qualé miguel, come taste the band eh duca, com tommy bolin, you keep on movine nazareth eh umas das grandes badas do hard rock.o problema foi a mega-exposiçao da balada melosa love hurts, que torrou o saco.i wanna go down fightin'

osvaldo said...

outro nazareth bacana eh rampant, aem do imbativel hair of the dog. a banda continua na ativa e esta fazendo uma tour com varias inglesa depois de quase 10 anos so fazendo 1 ou 2 shows por ano na natal escocia.pais que mais ama o nazareth? a russia.equem foi no show dos caras aqui no rock in rio viu uma aula

Anonymous said...

é isso aí osvaldo rampant, loud and proud, hair of the dog, razamanaz, except no mercy e close enough to rock and roll são do cacete até bogaloo é
sexta noite...xiii! vai ter rango ou tem algo a ver com programas de audio...vou desencavar hein!
osvald, vc é o único fã de montrose que eu conheço na cidade
(além de nei bahia e márcio)
cláudio
cláudio

Nei Bahia said...

Hard rock é o pão de cada dia, mais nessse momento não tá na moda.
mais pra quem quizer ouvir uma única canção e sentir se ele te toco, procure no Van Halen II, "D.O.A.". Se não te tocar a adrenalina, problema seu, você deve achar que radiohead é rock, e aí, fudeu!!!

cebola said...

Bahia, miséra, canção pronta e aprovada pela censura prévia, pequenas alterações cosméticas no texto, blz?

L.R. said...

Cebolita jornalistica :P

PARABENS pelo blog!!

Anonymous said...

Really amazing! Useful information. All the best.
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Anonymous said...

Nice idea with this site its better than most of the rubbish I come across.
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